EDITORIAL
Escrevemos este editorial no último dia do ano de 2022, quando finalizamos o volume 2, número 1, de nosso periódico. Impossível não iniciar esta escrita rememorando os momentos desafiadores vivenciados ao longo do ano: pandemia que impactou a produção científica, pois desestruturou as vidas de muitos; orçamento limitado das universidades públicas, fazendo-nos funcionar no limite de nossas possibilidades; insegurança política e econômica do país; risco do não pagamento de bolsas de pós-graduação; dentre outros.
Diante deste cenário caótico optamos por continuar esperançando, lutando, construindo, nos (re)desenhando, nos (re)inventando no coletivo. E este nos parece ser o único caminho para quem acredita que a Educação é investimento, é base sólida para um país se desenvolver, é alicerce de uma sociedade comprometida com a Ciência, com o bem coletivo, com questões socioambientais e, principalmente, com a humanização.
Pensamos que a Mandacaru: Revista de Ensino de Ciências e Matemática (ufrpe.br), bem como todos os periódicos deste país e do mundo, comprometidos verdadeiramente e modo sério com a Ciência e, consequentemente, com a socialização dos conhecimentos por ela construídos, são formas de resistência, são formas de esperançar. Por isso, apresentamos o volume 2 com muita alegria.
Contentamento este por estarmos cumprindo o papel social de um periódico, pelo significado de conquista coletiva diante de adversidades e também por estarmos publicando-o em momento singular em nosso Programa de Pós-Graduação em Ensino das Ciências (PPGEC), da Universidade Federal Rural de Pernambuco, que recebeu a NOTA 5 (escala de 1 a 7), na avaliação CAPES do quadriênio, estando inserido no rol de programas consolidados na Área de Ensino. Somos 5! Sigamos em frente com muito trabalho, comprometimento e determinação.
O segundo número inicia com o artigo Análise das Concepções sobre Contextualização e Aspectos Contextuais na Elaboração de Problemas para o Ensino de Química, cujas autoras são Maria Nataline Ferreira da Silva e Flávia Cristiane Vieira da Silva, ambas da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST). O texto teve por objetivo identificar práticas e concepções de professores e futuros professores de Química quanto aos aspectos contextuais em estratégias envolvendo a resolução de problemas.
O segundo artigo intitulado Uma Análise das Representações de Atividades Experimentais com Crianças em um Espaço não formal de Ensino, de autoria de Bruna Adriane Fary, da Universidade Estadual de Londrina, Amanda Carolina Mikos Dangui, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, e Daiane Cristina Carvalho da Silva, também da Universidade Estadual de Londrina, teve como objetivo apresentar e analisar representações de atividades experimentais com crianças de 4 a 10 anos, em um espaço não formal de ensino, tendo como temática a autonomia e autocuidado.
Residência Pedagógica: a Importância de Atividades de Intervenção Experimentais para o Ensino de Química é o terceiro artigo que compõe este número e teve como objetivo demonstrar a importância da realização de atividades experimentais para consolidação do aprendizado em Química através de projeto de intervenção realizado por acadêmicos de licenciatura em Biologia e Química da Universidade Federal do Amazonas. Os autores, todos da Universidade Federal do Amazonas, são: Irleane Eduardo da Silva, Leandro Tavares Anselmo, Jocivane de Jesus Furtado e Klenicy Kazumy de Lima Yamaguchi.
O quarto trabalho, de autoria de João Roberto Ratis Tenório da Silva, da Universidade Federal de Pernambuco, e de Victor Fernandes de Souza Gomes, professor da Educação Básica, denomina-se Mediadores Socioculturais na Rememoração e Construção de Representações para a Substância Água: um Estudo de Caso com Licenciandos em Química. Este artigo objetivou compreender como estudantes de um curso de licenciatura em Química constroem representações sobre o conceito de substância, explorando, particularmente, a substância água, a partir da identificação de mediadores socioculturais.
Relações Sociais e Epistêmicas da Matriz Curricular da Área de Ciências da Natureza para a Educação de Jovens e Adultos – EJAEM/SE é o quinto artigo deste número. Trata-se de pesquisa baseada na Teoria do Código de Legitimação (LCT) para entender o processo de circulação e legitimação do discurso na matriz curricular da Educação de Jovens e Adultos do Estado de Sergipe. Os autores são Edson José Wartha e Samanta Tauã Torres, ambos da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
O sexto e último artigo é um ensaio teórico que parte da indagação: como os conhecimentos científicos e tecnológicos podem se articular de modo a auxiliar na formação do pensamento complexo? De autoria de Iara Maitê Campestrini Binder, Professora do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e Doutoranda em Educação Científica e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); e de Walter Antonio Bazzo, Professor titular da UFSC; o artigo tem por título O Pensamento Complexo na Educação Científica e Tecnológica.
Que os textos aqui publicados possam possibilitar reflexões sobre a necessária Educação em Ciências para a transformação social, que contribua para a formação de cidadãos críticos e humanizados preocupados com questões sociais e ambientais e engajados na construção de padrões civilizatórios sob outra lógica: a lógica da vida!
Para finalizar, agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e à Universidade Pública Brasileira por tornarem possível a pesquisa no país. Em termos locais, agradecemos à Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE), pelo apoio às pesquisas realizadas no PPGEC/UFRPE. Vamos para 2023 cheios de esperança!
https://www.journals.ufrpe.br/index.php/mandacaru
Monica Lopes Folena Araújo – Editora Geral
Zélia Maria Soares Jófili – Editora Sênior
José Euzebio Simões Neto – Editor Adjunto
Mandacaru: Revista de Ensino de Ciências e Matemática